Me perturbam
Os desleixos
De um sentir descontrolado
Como simples desaforo
E algo inusitado
Me perturbam
As raízes
Das ervas assaz daninhas
Que ágeis se enroscam
Na mais pura das andorinhas
Me perturbam
Todos os seres
Deveras conflituosos
Que tendem a aniquilar
A fim de ficar famosos
Me perturbam
Os múltiplos lixos
De sentido desviado
Que se juntam a todo o coro
Mesmo sem ser ensaiado
Me perturbam
As meretrizes
Culto de muitas rainhas
Que omitindo não evocam
O fulgor de suas vinhas
Me perturbam
Os maus quereres
Mesmo que subtis e airosos
Que fazem inflamar
Vários factos e pressupostos
Resta então compensar
A luz dum grande valor
Na estrada que iluminar
E pelo sentido do amor
Num gesto o vou registar
Te entrego uma única flor
António MR Martins
imagem in http://outrapartedemim.blogs.sapo.pt/8843.htmil, na net
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