Entraste assim na minha vida
como asa ferida desta solidão
sopraste como o vento do norte
e rompeste a bruma da minha paixão
deixando-me transfigurada
e o peito magoado sem saber voar
porque o eco dos passos sendo viajantes
vão-me visitar
no mar, no horizonte vago, na rua dos dias
onde me passeio
cruzando ramos, estrelas, algas
areias quentes soltas em meu seio
e as vestes que cobrem meu corpo
parecem gemer
sentindo as tuas mãos
rasgadas pelo teu olhar
pelo aroma quente
do beijo a faltar
ternuras que de espanto dormem
em mim
e solto a vida
inebriada
muda
como quem morde o sonho
e abraça o som do vento
rompendo o azul.
Tu ficas no abraço
eu fico no cansaço
do tempo!
Aí, repouso os sentidos
na busca de mim...
Dalila Moura Baião
Sem comentários:
Enviar um comentário