quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Para quem quiser adquirir o meu novo livro "Máscara da Luz" ou qualquer um dos restantes






Amigo(a),
Se quiser adquirir o meu novo livro “Máscara da Luz”, poderá fazê-lo procedendo à transferência bancária, para o meu NIB: 003501000002979210066 (Caixa Geral de Depósitos), do valor de €10,80 (€ 10,00 + € 0,80 (preço de envelope verde)) e indicar-me a morada para o respectivo envio, que o mesmo seguirá no dia seguinte à efectivação da inerente transferência. Este procedimento, preço inclusive, aplica-se a todos os meus restantes livros: “Ser Poeta”, “Quase do Feminino”, “Foz Sentida” e “Águas de Ternura”.
Para mais esclarecimentos (se necessitar) poderá recorrer ao meu endereço de email:
antonio.martins1955@gmail.com
P. S. - Todos os livros seguirão autografados. Caso não queira, é favor dar-me essa indicação.
Se o livro for para o estrangeiro haverá alteração no valor a transferir, que passará a ser € 12,00 (a diferença deve-se ao preço do envelope verde internacional, que serve para remessas para todo o mundo) e neste caso os dados para se efectuar a transferência são os seguintes:

IBAN: PT50003501000002979210066

BIC: CGDIPTPL

PARA A AMÉRICA DO NORTE, AMÉRICA CENTRAL E AMÉRICA DO SUL, HÁ A HIPÓTESE DE ENVIAREM VALE DE POSTAL OU PELO SISTEMA “WESTERN UNION” (TRATADO NOS CORREIOS OU NOS BANCOS ADERENTES), PARA O MEU ENDEREÇO (QUE FORNECEREI A PEDIDO).

Grato pela amabilidade e atenção.

António MR Martins



FICO


Fico a ouvir
a tua voz à janela
porque é o vento
que ma traz

fico calado
a ouvir a tua voz
e a brisa
de um qualquer
outono
setembro por chegar

fico a ouvir
a tua voz à janela
porque é doce
e o vento ma traz

Joaquim Alves

Tudo e nada












Mãos abertas
Tanto nelas
Num alcance
Sem fim

Mãos fechadas
Tanto vazio
Num aperto
Assim

António MR Martins

Imagens da net

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

a minha morada


fugi de um mundo; não perdido,mas encontrado.e é por isso que não estou aqui, nem em lado algum. a minha morada é feita de palavras e ar. colunas de ar. erectas ,mas passageiras. que arrumo e desarrumo como se fossem casas de vento. eu habito o vento. procuro refúgio por onde não me perco ,sequer me encontro. por onde me voo com ele em loucuras de penas. almofadas . tecidos do sonho ou campos de algodão. tal como casas, as palavras às vezes dão-me a luz das janelas; outras, a escuridão do sossego. outras ainda, portas a bater, corredores do medo. às vezes dão-me uma cama em tudo branca. e então deixo-me ser ( amor ) . ou deito-me. no cansaço de não ser nada. depois deixo o vento .revolver.resolver . cabelos e lençóis. deixo . que me fustigue chuva nas vidraças. me bata portadas. me estremeça como luz . velas. luz e ar. eu. a vê-las. ninguém me ouve estes uivos. ninguém me ouve este vento. deixo que ele me beije certeiro e preciso. que me toque a face do nosso silêncio com dedos esquecidos de desejos ou medos. um vento preciso que me derruba, eleva ou me faz rodopiar, sem que eu nunca o explique ou queira entender. às vezes dançamos uma dança invísivel que quase parece me dói, de tão familiar. como uma casa. é. uma casa. e é neste terreno desprovido de terra que as suas paredes de vento me habitam . elas,ele,eu, o sagrado. e eu ruído ,eu tantas vezes . tempestade, eu. calada. eu ? hábito. eu - palavra. sim.eu ,palavra. eu . deixo-o estar. porque, eu, vento, habito-o.

Alexandra Cruz Mendes

FLORES - gardénia


se agradece por ti
no elixir do teu perfume
e no esplendor do sentir
restam os valores da memória
e a sua saudade que acalenta
no enredo de cada história

António MR Martins

Imagem da net

ESTE É O ÚLTIMO PEDAÇO DA POESIA "FLORIDA"

deixa. não toques mais.


deixa. deixa, não toques mais. deixa. tenho medo de parecer tarde. mão no coração. amanhã é o dia seguinte. o outono vem sempre depois da primavera. hoje não. tenho um medo. o homem passa por mim com um semideus ao colo. pergunto para onde vai. diz-me que a terra acaba onde a água começa. vou com ele. quero encontrar a água e morrer em paz. reparo que estou grávida, pelo azul do vento trazido nas solas. olhos semi-fechados. queria abrir o mundo. tu sabes. mete-lo numa caixa de música, dar-lhe corda, deixá-lo tocar. amanhã é o dia seguinte. tu sabes. pergunto ao homem onde estava quando me pediram o coração. recua um pouco. o corpo cai-lhe, o semideus no chão. porque não terei medo de um medo nem de outro medo nenhum. que nenhum medo este me transforme em água- pouco antes do anoitecer um pássaro socorre ao meu peito. deixa. deixa ficar assim. não toques mais.

Margarete da Silva

FLORES - narciso


espectro de ansiedade
nas mostras da verdade
de tudo o que é preciso
razões que mais sobejam
no espaldar da subtileza
e de génese variada

António MR Martins

Imagem na net, em digitalphoto.pl

domingo, 25 de dezembro de 2011

Fome de ti…


Tenho fome…
…fome dessa tua ânsia por me encontrar…
…desse teu estar sem ficar…
…desse teu enlouquecer… até quando não estou p'ra chegar…

Tenho fome…
…fome das tuas mãos sempre que me procuram…
…ternas… doces… ansiosas… poderosas…
…fome desse teu corpo quente… incontrolável…
…que me desperta durante a noite… insaciável…

Tenho fome…
…fome do jeito que me deixas e me deixo levar…
…trôpega… sem saber o que dizer…
…fico louca… até o meu corpo se deixa render…
…tão louca, que até a minha mente se deixa levar…
…nesse teu jeito de me provocar…

Tenho fome…
…fome de ti…
…fome desse teu jeito de me sentir…
…desse teu jeito de me possuir…
…desse teu jeito de estar…
…fome desse teu jeito de m’ amar…


Isabel Reis

foto da autora, by Rockas Kane

FLORES - gerbera


multiplicidade de cores
que desfilam sem rigor
nas suas variedades
têm destino decorativo
dentro da singeleza
mas de aspecto bem altivo

António MR Martins

Imagem da net

sábado, 24 de dezembro de 2011

Amo-te nesses recantos de luz e sombra


Semeio as palavras ainda vivas
Nos oásis do meu pensamento
Sempre prenhe de fertilidade.
Colho os frutos dos símbolos e dos signos
Onde se reúnem todas as metáforas,
Os espelhos que reflectem os labirintos
Por dentro, mesmo quando não há saída
Possível que seja visível.
Amo-te nesses recantos de luz e sombra
Invadindo os confins do Universo
Onde o Amor é livre. Aí, não o temo.
Recolho-o em todas as suas extensões
E formas. Entro num estado pleno, o da graça
De um amor perene. Já não fujo nem de mim,
Nem de ti; nem da vida, nem da morte.
Cheguei à eternidade e assim te amo
Na plena ausência de todos os limites.

Isabel Rosete

FLORES - palma


nessa forma desgarrada
sem ter algum defeito
se envolve em jeito de espada
é o prelúdio insatisfeito
de uma nova melodia
cantada pela sua graça

António MR Martins

Imagem na net, em cestos.flores.nom.br

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CONTENDA DE SILÊNCIOS



Renasço no alvor do teu abraço
Entre o queixume de olhares
De entrega e pesares
E o render da saudade
Melífluo o teu beijo
Que afaga ardente o Desejo
Da loucura deste Querer
Enleiam-se corpos molhados
Sonhos rútilos encantados
Que invadem o meu Ser
Abre-se o Mundo à melodia
Do silêncio da alegria
De Te ter aqui ao meu lado
Nesta Contenda de Silêncios
És Poesia e Sintonia
És Mar e Maresia
És o Paraíso e o Pecado…

Sandra Nóbrega

FLORES - antúrio


na firmeza do interior
surge a animada pujança
e teu enorme vigor
tua rubra cor na pétala
incendeia toda a ideia
num imaginar satirizado

António MR Martins

Imagem na net, em Olhares.uol.com.br, foto de José Maria de Carvalho Bompastor.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

POETA MINHA


Contigo
sou
meiga
apaixonada

mas
não
submissa
e
gosto

contigo
sou
eu

gosto
quando
dizes
que
adoras a minha boca

gosto
quando
me
beijas
a lingua
e me deixas louca

Ester Cid Pita

FLORES - crisântemo


de cores harmoniosas
em foros de liberdade
o amor que em ti desaba
e o anseio pela amizade
pela verdade e no repouso
linda flor felicidade

António MR Martins

Imagem na net, em InspireStock Imagens - RF Royalty Free

Diário Poético- esta dor


Esta dor que me está a comer
como se eu fosse uma uva rúbea
          deixa para trás o meu sorriso
e os meus olhos clamam
          pelo dias de ontem
a sonharem que esta dor
          amanhã já não me ama


Maria do Rosário Loures

FLORES - lírio


há um sorriso envolvente
por entre um lapso de alegria
como luz de brilho intenso
num abraço dado ao mundo
está a dádiva de magia
nesta terra moribunda

António MR Martins

Imagem na net, em imotion.com.br

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ansiedade


No sossego da minha janela,
debruço-me à tua espera.
Orienta-me a estrela que brilha
no Norte, deseja-me sorte.

No desassossego
da minha alma,
liberto o suspiro que voa,
estava preso na minha solidão,
e, por isso me debrucei na janela,
em ansiedade.

São mãos cheias de ansiedade
que combatem o tédio da razão.
Prenúncios de sorrisos que velam a angústia,
E invandem a janela dos meus debruços.

Porém,
a cortina ondula como o mar,
e festeja,
a tua chegada.
Esse, é o meu segredo...

Ana Lopes

FLORES - magnólia


natural o seu suporte
e sempre bem segura
numa sobressaída presença
sua matéria suprema
revela-se no rubor
de um ensaio de nobreza

António MR Martins

Imagem na net, em lindas-flores.blogspot.com

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tenho medo


Tenho medo
desta loucura chamada amor
que m'abraça e leva
para outro lugar
onde nada há mais
que alegria e certeza!

Apavoram-me as lágrimas
que se soltam,
e frágil, frágil,
assim me sinto.

Não quero precisar de ti
quando não estás presente,
nem te quero querer
nesta saudade
que me morde a alma.

Tenho medo!
Medo de te amar demais,
medo que percebas
o volume inalcançável
desta coisa chamada amor.

Vera Sousa Silva

FLORES - orquídea


auspício de vitalidade
onde predomina o amor
em retalhos de beleza
símbolo de outro lugar
num requinte bem profundo
em todos os cantos do mundo

António MR Martins

Imagem na net, em mundodeflores.com

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Indulgência


Tivesse eu,
a coragem
de gritar
bem alto
o que me aflige,
o que por dentro
me consome
e me entope
a garganta...

E não me morreria
aos pés da soberba,
da indulgente,
mendigando
por um punhado
de vã clemência!...

Lurdes Dias (Cleo)

FLORES - nenúfar


no flutuar de uma miragem
há o repouso da lágrima
em assentos de outras águas
resta a pureza contida
nos resquícios das mágoas
memorizadas em cada imagem

António MR Martins

Imagem na net, em comunidade.sol.pt

domingo, 18 de dezembro de 2011

EU EM MIM


Gosto muito de pensar
Ver onde o pensamento chega
Ir atrás dele e voar
E vê-lo desaparecer
Brinco às escondidas com ele
Enquanto o tento decifrar
E quando chego bem perto
Acabamos por nos encontrar
E assim de mãos dadas
O pensamento e Eu
Fazemos longa caminhada
Até onde o Sol se escondeu
Ai, sentamo-nos em silêncio
No recato da imensidão
E lemo-nos sem questionar
Porque o tempo se perdeu
Sabemos que se ausentou
Para que ficássemos a sós
Porque sabia deixar
O que restava de nós.

Dina Ventura

FLORES - tulipa


no exultar dos sentidos
se eleva seu carisma
mesmo que sendo efémero
é da fama angustiada
pela perfeição amada
sem melindre ou preconceito

António MR Martins


Imagem na net

sábado, 17 de dezembro de 2011

Repousando no teu ombro


Deixa-me repousar
Esta cabeça cansada de pensar…
Sobre o teu ombro amigo!

Deixa-me chorar
O pranto alivia a dor…
Transportando-a na corrente!

Deixa-me padecer
A dor purifica o sofrimento…
Tornando-o mais verdadeiro!

Deixa-me sentir
Sentir como bate teu coração…
Quando repouso a cabeça no teu ombro!

Deixa-me sorrir
O riso transforma a existência…
O caminho a trilhar parece menos duro!

Deixa-me sonhar
Os sonhos libertam a alma…
Ajudam a esquecer toda a amargura!

Deixa-me amar
Oh! o amor torna o universo sereno…
Uma paz invade e mitiga toda a dor!

Tudo isto repousando no teu ombro…


Manuela Vaquero

FLORES - begónia


“cuidados e caldos de galinha
não fazem mal a ninguém”
no desenrolar da vida
neste esfriar se relaciona
o pretexto de se ignorar
os perigos que a vida tem


António MR Martins

Imagem na net, em agharta-meujardim.blogspot.com

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Esquina da Vida


Na esquina por onde passas
Me encontras perdida
Naquela tábua rasa deitada
Nos caminhos da vida esquecida.

Passas com teus passos lentos
Não paras nem olhas sequer
Segues em teus pensamentos
Fico perdida sem vida ter.

Meu corpo inerte caído
Retido na calçada passada
Meu coração oprimido

Da vida amargurada
Do viver sempre traído
Na vida sem vida, sem nada.

Maria Antonieta Oliveira

FLORES - hortênsia


na indiferença do calcanhar
se depara a fuga ágil
há que reter a compreensão
pela frieza inabalável
nesse sentido pendente
reflectindo desumanidade

António MR Martins

Imagem na net

quando as flores murcham


Rasga-se o pano. escondidas as minas
encontram-se, agora, a céu aberto.
desdobra-se a vida em multiplas vidas,
e do campo minado crescem flores...
...murchas
como dias cinzentos tentando que o sol
lhes devolva a clorofila. inutilidade!
murchas...Impunidade é palavra inexistente.
exangues como as estações estão corpos
que percorrem caminhos inóspitos.
devolvem-se à vida os resistentes...
...mutilados esperam.
a resiliência nunca será dos fracos
mas dos que apunhalados continuam, apesar...

Teresa Brinco Oliveira

FLORES - jarro


de ti jamais bebi
nem regalei a garganta
não reguei qualquer esperança
nem ornamentei a mesa
vi-te em escadas de sucesso
na tua brancura criança

António MR Martins

Imagem na net, em olhares.aeiou.pt - foto de João M. Horta

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A QUINTA FASE DA LUA


Atravessei o vale da noite
Com a alma pendurada no olhar
O sorriso amarrado à cintura
Nas pernas o tombo do cansaço
De quem bebia à volta do prato
E picava as migalhas
Sob um convite lunar

Quando os cabrões me deixaram
Os restos mortos de um planeta
Meditei-me na intensa escuridão
Sobre o sossego espaçado
Da quinta fase da lua
Insanidade profetizada
A erigir bandeiras
De palavras prostitutas

Isenta de afectos
Reapareci-me
Nessa quinta fase
De uma lua ignorada
Efeitos colaterais
De Lugares Santos.

Manuela Fonseca

FLORES - buganvília


foi na ilha sedutor
esse encontro surpreso
nas cores em que te revejo
foram ténues os caminhos
onde flutuei ileso
pelo olhar que te deixei

António MR Martins

Imagem na net, em imagenscomtexto.blogspot.com

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ROSA DOS VENTOS


Num tempo de fogo,
quantas pelejas
teremos de hartear ?

Com a alma febril do desespero
se espera a hora do milagre,
redentor dos pesadelos.

Até lá, morre-se no crepúsculo.

As essencias aromáticas,
dissipam-se nas cinzas voláteis
e sem rota.

O sol, derrete-se !
As estrelas choram
reinos de sombras...

E a rosa dos ventos,
perde-se nas entrelinhas
dos poemas que não escrevo,
porque as memórias mágicas
adormeceram !

Lita Lisboa

FLORES - girassol


na planura e na quietude
prevalece o teu amarelo
em requintes de singelo
cantas trovas de acalmia
entre a rudeza do calor
que exalta teu simples fragor

António MR Martins

Imagem na net, em fotoseimagens.etc.br

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quando a tua voz me chama


A tua voz
diz-me a vida
e cala o desejo
de silêncio

acordam as aves
nos dedos da madrugada
e esculpem a pele do vento
na serenidade da luz

a tua voz
é aguarela
de gestos e memórias
desenhando a luz
na erva fresca dos sonhos

quando a tua voz me chama
todos os pássaros têm nome

Clara Maria Barata

FLORES - gladíolo


é no frenesim ambiental
que se consolida tua doçura
padrão de gesta resplandecente
entre tópicos de ternura
numa decoração airosa
e beleza sem precedentes

António MR Martins

imagem na net, em infojardim.net

Caderno de Bafio


Tenho mortalhas às cores
com medo das amachucar
num caderno velho de dores
que nunca ninguém vai tocar

Tenho poeiras e bolores
roupas guardadas sem arcas
tenho tesouros e amores
rosas coloridas das pratas

Tenho tempos que não voltam
palavras cravadas nas traças
nas teias que ainda revoltam
mas calo ao mundo as raças

Essas hoje já pouco importam
sonho, retiro palavras esgaças

Cristina Pinheiro Moita

in livro "Falua da Saudade", pág. 36, edições Lua de Marfim, Agosto 2011

FLORES - jasmim


trepas pelo odor interno
no exterior da tua fragrância
onde se origina a mais valia
revisitada pelos tempos
onde teu perfume se inala
na pujança de tanta viagem

António MR Martins

Imagem na net, em casa da cultura.org

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Entre quatro paredes…


Entre quatro paredes falo contigo
A cada sombra lanço um sorriso
Á luz mortiça que pende do tecto
Lanço um olhar e um feitiço

Falo de mim do que já foi
Daquilo que espero ser
Falo da sombra e de quanto dói
O silêncio no entardecer

Falo de um tempo que nunca vi
Das tardes calmas do luar de Janeiro
Falo dos dias que vivi
Procurando breve sombreiro

Entre quatro paredes perco a razão
É sempre assim quando a solidão
Entra pela porta e me dá a mão

Falo de tudo comigo a sós
Desfolho dores e alguns sorrisos
Enquanto teço roliços nós
Em cada lágrima que me cai aos pés

A todas elas eu dou abraços
São a companhia que faço em estilhaços
Do peito me pende grosso cordão
Que o silêncio abraça e me estende a mão.


Antónia Ruivo

FLORES - camélia


espanta a beleza maior
entre o abismo do ser
ornamento sedutor
há um sentido perfeito
na origem do seu jeito
no mais perfeito valor

António MR Martins

Imagem na net, em imotion.com.br

domingo, 11 de dezembro de 2011

Para esquecer


Agora, que acabaram os segredos
Nascem-me vazios nos dedos
Enquanto a boca me sabe a silêncio

O caminho alonga-se pela espera
A madrugada despe-se a sorrir
Enquanto a noite lhe deseja os lábios

Amanhã o sol vai aparecer quente
O peito vai florescer de saudades
E o poema volta para esquecer


Vanda Paz

FLORES - cravo


te saúdam em tantas cores
mas no vermelho te afrontas
com uma pureza fraterna
teu cheiro tão desconcertante
é o aconchego do âmago
no apogeu da liberdade

António MR Martins

Imagem da net, em fotoeimagens.blogs.sapo.pt

ESTÁ TUDO DITO


A palavra não se diz e entre cada letra… sorris
Num mergulho de suor, esqueces o frio, a dor
E nas frases por dizer vives e fazer viver
A palavra não se quer mas não se deixa esquecer
E dos vazios faz leito, rio correndo a eito
Atropelo de beijo que não queima o desejo
A palavra não se escreve, flutua mágica e breve
Não quer poiso nem lugar, não se deixa capturar
Livre que é, vai e vem e não se dá a ninguém
A palavra, não se diz
A palavra não se quer
A palavra não se escreve
No silêncio do teu olhar
Afinal
Está tudo dito….

Goreti Ferreira

FLORES - malmequer


és desígnio fictício
em sonho que não acontece
bem me quer de algum jeito
mal me quer por outro lado
tuas pétalas te retiram
até à nudez completa

António MR Martins

Imagem na net, em canais.sol.pt