Do seu primeiro livro "Marés Vivas", edição de autor, Janeiro de 1979.
1
Nem sempre a palavra
Lavra
Semeia
E planta
O que quer
O dono da garganta.
(1975)
16
Na última carta que a viúva recebeu da prisão
Ele dizia:
- Ensina a criança a apedrejar o sol
Até nascer para todos.
(1973)
29
(Também não sei o que é o mar)
-
Eugénio de Andrade -
Também não sei explicar
- E quem sabe, afinal? -
Donde vêm a água e o sal
Que são o mar.
Já ouvi dizer, porém,
A homens sabedores
Que o mar é armazém
Do suor dos pescadores.
E quando as peixeiras choram
O mar fica salgado e maior
Por causa da mistura
Das lágrimas com o suor
(1977)
Prates Miguel
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