há um campo
amanhado em mim
entre o silêncio
de cada palavra
terra seca
de queixumes
ora lamacenta
pelas vertidas lágrimas
há uma raiz
sobrevivente
a cada verso
criado e escrito
pelas frases
sortilégio de vidas
e pelas outras
que cantam versos novos
há uma semente
em cada chão
onde
renasce cada palavra
furor
da contenção
ou do apogeu
da liberdade
há um fruto
nascimento vida
na luz
que ilumina o caminho
num tempo
por onde permaneço
e vou registando
cada último poema
António MR Martins
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