quarta-feira, 4 de abril de 2012

O último poema

há um campo
amanhado em mim
entre o silêncio
de cada palavra

terra seca
de queixumes
ora lamacenta
pelas vertidas lágrimas

há uma raiz
sobrevivente
a cada verso
criado e escrito

pelas frases
sortilégio de vidas
e pelas outras
que cantam versos novos

há uma semente
em cada chão
onde
renasce cada palavra

furor
da contenção
ou do apogeu
da liberdade

há um fruto
nascimento vida
na luz
que ilumina o caminho

num tempo
por onde permaneço
e vou registando
cada último poema

António MR Martins

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