segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

CLARIM DE GUERRA





32 - Filipe Antunes dos Santos


 
 





Se os desgostos que a vida nos amarga
são gostos na mesa de um coitado;
se a miséria com euros só se alarga
na reforma do pão esmigalhado,…
eu serei, nesta praia lusitana,
o senhor do meu dia, programado,
revoltado sete dias por semana.

Cada pobre que ainda é ao sol-posto,
siga a tempo o rufar dos tambores;
cada pobre, por o ser não perca o gosto
do que vai para a mesa dos senhores;
cada pobre que come em Agosto
a lampreia-sardinha – dois sabores,
escute a tempo o bélico clarim;

Um dia,…
Eu sei que há sempre um dia!
Se quiseres,
hoje é o teu dia!

 
Filipe Antunes dos Santos

in livro “Respiração Poética pelo Natal”, página 28, edições Temas Originais, Coimbra, 2011.

 

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