terça-feira, 25 de novembro de 2014

José Luís Outono






CASULO

 
Era uma vez um beijo solto
Casulo sorriso à nascença
Força de ser no viver
Que gritou um som mordido
No silêncio revolução
Em esgares de “sofrimento” mel
Saudade metamorfose e ditame.

Era uma vez um pólen destemido
Sequioso de voar nas estrelas
Floresta adentro de folhagem atrevida
Agreste no dizer ético
Mar chão no cativar fascículo
Capaz de fabricar uma noite
Em mil luares de dias incógnitos.

Era uma vez um lábio amante
Que juntou o irmão gémeo
Na nascente de um encontro
Onde apenas cabia um esculpir sonoro
Marcante, seguro… sereno
Nas ondas da boca mar
Até à próxima maré…

José Luís Outono, in “Da janela do meu (a)Mar”, página 40, edições vieira da silva, Maio de 2011.

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