Imagem da net.
a morte morreu, numa tarde
soalheira, de morte anunciada.
tal
aconteceu quando
as
cigarras cantavam em uníssono
o
hino do desespero
e
as meretrizes dançavam
escondidas
por
entre os pinheiros da sobrevivência.
os
seres voadores
permaneceram
poisados
nos
ramos da penitência
e
os voos esfumaram-se
à
mesma hora deste confrangedor epílogo.
todos
subestimaram
o
divulgado anúncio
e
as notícias ficaram arredias
de
subterfúgios, sem
justificações
coloridas.
a
morte morreu
de
morte anunciada, em
plena
tarde soalheira,
numa
morte intensa
e
totalmente repartida.
António MR Martins
2 comentários:
Assim que comecei a ler este seu poema revi as imagens do incêndio na Grécia e ouvi as cigarras que estão sempre presentes nas entrevistas de rua. Desconheço se foi escrito "diante" daquele horror.
Gostei imenso de ler o seu poema. Li primeiro no Facebook e depois vim até aqui. É um ambiente mais sossegado.
Obrigada.
Maria Isabel Quental
Um forte abraço. Obrigado.
António MR Martins
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