Teresa Teixeira, imagem da net.
Poema subcutâneo
Por
baixo da minha pele
há
caminhos insuspeitos
vias
sacras consentidas
labirintos
construídos
a
cinzel.
Por
baixo da minha pele
há
rios que me repartem
em
mil pedacinhos d’alma
marés
vivas, margens calmas
barcos
pedaços de noz
ventos
que doem na voz
das
sereias que ouso ser
nas
veias de me não ser.
Imprevisível
mulher
que
em noites de lua cheia
se
transforma em mim profunda
e
rasga em dor fina e funda
o
espartilho de seda
que
é minha pele labareda
secando
rios adentro
queimando
fios por dentro…
Por
baixo da minha pele
tenho
jardins proibidos
onde
cultivo as chuvas
mais
secretas.
Sob
o véu que faço delas
tenho
um jardim permitido
onde
semeio as dúvidas
dos
poetas:
“Por
baixo da nossa pele…
…somos
o céu ou o inferno?...”
-
Por
baixo da minha pele…
sou
as linhas de um caderno.
Teresa Teixeira, in “Labiríntimos”, páginas 10 e 11, edições Lua de
Marfim, Setembro de 2015.
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