Alberto Cuddel, imagem da net.
Ilusão?
Reconheço-me estupefacto
Nas águas que me escorrem pelas mãos,
Lágrimas vertidas, areias soltas nos
pés,
Neblinas de ideias de homens pequenos,
E madrugadas nascidas do ventre das
mães,
Escorro-me onde o vento desfaz as
tempestades
Na calma dos corpos… tão belos.
Vejo os horizontes, e os desertos
O voo libertino das aves, asas aladas,
Na palma das minhas mãos escorrem sonhos
Que morrem na rebentação das marés
Por entre luares de Abril, onde navega o
coração
Na paisagem gretada pelo sol dos que
vivem.
Forço-me navegante no azul do teu olhar
Onde me perco na esperança de me
encontrar
O meu corpo sangra, inunda os campos
Desvirginando a terra e as ilusões!
Alberto Cuddel, in “ O silêncio que a noite traz”, página 49,
Orquídea Edições, 2018.
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