Capa do livro "Aqui a caminho", de Manuel Barata.
SEMPRE A CASA
A
casa. Já foram tantas!
(repito de propósito o verso)
não sei ao certo quantas foram;
todavia, só da primeira,
pequena
e de quase tudo despojada,
guardo saudades.
Sobretudo
dos afectos…
Poucas
coisas havia naquela casa
- os livros eram coisas inúteis
e o primeiro estava escrito em latim
e tinha capa amarela. –
e por isso era espaçosa e dava até
para jogar à bola
no estreito corredor.
Era uma casa nova e sem memórias.
Continuando
austera,
essa casa primeira é a única
(agora repleta de memórias)
que me faz pensar e falar de regresso.
Sei que se trata de retórica pura,
Porque o rio procura a foz
e nunca regressa à nascente.
Manuel Barata, in “Aqui a caminho”, página 60, edições Câmara
Municipal de Castelo Branco, Setembro de 2020.
(repito de propósito o verso)
não sei ao certo quantas foram;
todavia, só da primeira,
pequena
e de quase tudo despojada,
guardo saudades.
- os livros eram coisas inúteis
e o primeiro estava escrito em latim
e tinha capa amarela. –
e por isso era espaçosa e dava até
para jogar à bola
no estreito corredor.
Era uma casa nova e sem memórias.
essa casa primeira é a única
(agora repleta de memórias)
que me faz pensar e falar de regresso.
Sei que se trata de retórica pura,
Porque o rio procura a foz
e nunca regressa à nascente.
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