Por ti corre a água
Em abundante fluir
Água de emoções
Às vezes contradições
Mas sempre verdadeira
Por ti corre
Em afagos carinhosos
Em melodias das mais simples
Mas de vibrar concludente
Anónima no seu carácter
Água imensidão
Que brota em todos os cantos
Projectada por todos os poros
Como pura manifestação
Da tua grandiosidade
Por ti sem ter volteio
Desliza na plenitude
Proveniência de aguaceiro
Ou de um jorrar possante
Nas margens do teu talude
Por ti correm as águas
Do eterno e bom sabor
Regando sempre a preceito
Com nuances de puro amor
No teu interiorizado jeito
Águas de todas as fontes
De rios que correm num leito
Entre vales e muitos montes
Numa ternura constante
Que se torna cativante
Por ti corre esse líquido
Porventura precioso
Num deleite consentido
Que te eleva a ser majestoso
Por tudo o que é permitido
São os tentáculos do amor
Em múltiplas rias do sentir
Onde as águas permanecem
Após terem corrido de ti
Em lagoas que enlouquecem
António MR Martins
imagem na net
1 comentário:
Olá António!
Belíssimo poema, com a metaforização perfeita nestas águas que correm, numa alusão ao curso da paixão.
Prazer passar por aqui.
Um abraço,
Celêdian
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