Ama-me
Traz rosas mornas em
teu peito
Deixa que se moldem à
minha mão
Declama o poema a que
tenho direito
Provoca em meu corpo,
erupção
Ama-me
Sem vestes, sem destino
ou razão
Com o olhar, com os
lábios e a pele
Porque o amor não pede
explicação
Pede sim uma paixão a
dois, fiel
Ama-me
Entre as rochas, entre
as ondas e o cais
Grita comigo os búzios
à praia rasgada
Desperta em nós o
chilrear dos pardais
Em pétalas abertas pela
madrugada
Ama-me
Enfeita-me com lírios
puros sem pressa
Rompe o sol no
pretérito mais-que-perfeito
Onde se une o puzzle numa só peça
Rumamos ao céu do nosso
íntimo jeito
Ama-me
Pelo fogo da noite ao
ventre desperta
Pelas estrelas
acocoradas ao luar
No laço qu’em teu
pescoço nos aperta
E em tranças ousa o
coração completar
Ama-me
No castelo rubro da tua
fantasia
Assim mesmo,
despudoradamente
Onde habita só a nossa
maresia
Peço-te, ama-me simplesmente!
Jessica Neves
in livro "(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração", páginas 52 e 53, Chiado Editora, 2012
in livro "(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração", páginas 52 e 53, Chiado Editora, 2012
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