107 - Rita Carrapato
Tantas folhas de outono
já cravadas nesta couraça!
Tantos
cheiros de primavera
e
tão poucos perfumes no ar!
A
saliva engrossa
e
o paladar enruga frente ao fulgor do fruto.
A
visão refuta o colorido da ternura
enquanto
o tacto, fiel à desilusãoacompanha o arco que limita cada dia.
É
preciso saber que há primaveras que não cheiram
que
há folhas que não se desprendem no Outonosob risco de irmos deixando cair pena a pena
até que o voo já não aconteça.
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