sábado, 19 de abril de 2014

Quase tudo se perde




Rasgo o contacto
Que tinha no papel
A palavra daquilo que sinto

Interajo veementemente
Com o rasto deixado
E com tudo o que pressinto

Doutro modo
Fervilha o estado passageiro
Da palavra e sua grandiosa força

Reluz a esperança
Na envolvência semi-contida
Por mais papéis que rasgue e torça

Às vezes a escrita é tão pouco
Quando a palavra é tudo
No reverso do simples encantamento

Outras vezes nada acontece
E então perde-se a carruagem
Que passa pela estação em andamento


António MR Martins

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