Todas as coisas me falam de ti:
A brisa
na franja do vestido;
O pequeno jardim
sem ti despido;
O lençol bordado
no vazio a meu lado;
O terraço,
os planetas, as
estrelas
querem saber dos teus
passos
(Sem teus olhos
nem dá graça
vê-las!).
No restolho dos
caminhos,
na vastidão da
planície,
no eco do cante na
taberna,
paira a melancolia
do teu corpo ausente.
Cresce no silêncio
tardio
do final do dia.
O sol abandona o
casario
e comovido se evade
no último comboio da
tarde.
Arlinda Mártires, in “Impressões do Real”, página 17, edições Temas
Originais, 2015.
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