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Caem
as rimas falhadas
nas
ruas do sem fim
e
nos becos perdidos sem luz.
Os
recantos escondidos
esbanjam
o silêncio das noites
e
os números de todas as portas
turvam-se
nas madrugadas
do
degredo.
A
cidade fria esvazia-se
e
só
fica
totalmente desamparada.
Vão
gemendo os carros do lixo,
mas
não conseguem amparar o declínio
apesar
de aturdirem toda a intimidade
onde
se sagra a nudez explícita
e
a envolvência de todos os corpos
ou,
então, o simples bafejar sonolento
de
todos os outros anseios.
A
solidez empertiga-se
e
o desamparo torna-se conveniente
a
todas as conjecturas
mais
desesperadas.
Ao
dealbar surgem
outros
conceitos
outras
virtudes
e
a esperança volta a renascer.
António MR Martins
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