segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Ana Acto


Ana Acto, imagem na net.





Vazio

Pulsa-me nas veias o sangue quente
Neste corpo ausente de sentidos e de vida
Vazio, num vagar dormente de quem já não sente
Nu, despido, frio

De que me valem estes braços que me pendem
no regaço, desistentes, cansados do adeus, a despedida
Ou estes lábios, outrora cheios, rosados dos beijos
que, mudo, lhes plantavas, agora selados, cerrados…

De que me valem… de que lhes valho
 Se em mim já não te trago…

Ana Acto, in “Nua”, página 40, edições In-Finita, Abril 2020.

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