Lília Tavares, imagem na net.
[Há mulheres que com lisura se lavam]
Há mulheres que com lisura se lavam, contornando
ao de leve pequenas ilhas no corpo. Aspiram
odores antigos,
cerram os olhos como se por acaso
se perdessem em memórias do lado de lá
da pele.
Com lágrimas limpas se expiam nas
reentrâncias, conchas
seladas para sempre onde guardam
velado o sal das marés.
Nasce nelas um prenúncio de noite. A linfa
do corpo
é etérea como o perfume antigo da
ternura.
Lília
Tavares, in “Bailarinas de corda”, página 41, edições poética
edições, Outubro de 2019.
Sem comentários:
Enviar um comentário