segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Natal quando se queira

 


Num sorriso se enamora
A paixão duma criança
Em detalhes sem importância
Um suspiro naquela hora
Ao rubro pela aliança
Tem outra substância
E o tempo se demora
No meio de tanta andança
Em factos sem relevância

Se abraça um outro irmão
Que não o sendo na essência
É-o na sua condição
Um apelo com o sermão
Em época natalícia
Chama logo ao coração
E se estende tanta mão
De variada procedência
Com a mesma intenção

Passam os dias por aí fora
Em fugaz desenrolar
E sem pausas para meditar
Surge a vida sonhadora
De tantas coisas a festejar
E se esquece o verbo amar
O perdido ser tanto implora
Para alguém o abraçar
E todos o querem ignorar

O tempo continua a passar
Num corrido desenfrear
E chega um outro Natal
O homem quase a finar
Numa vida a querer escapar
No meio de tanto igual
Vê agora um quente abraçar
Pelo resto do seu findar
Neste contexto universal

António MR Martins

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