sábado, 28 de fevereiro de 2009

Serra da Lousã

Com as árvores e o vento,
Me sento num penedo.
A água no rio, fresca e cristalina,
Afoga o meu lamento.
Me liberto das raízes,
Não mais quero sufocar.
Apenas nas carumas e terra fina me deitar.
Respiro o teu ar!
Calor, sol em pleno brilhar.
Quero sentir a brisa passar
Por entre dedos e gritar!
Ouves o eco?
Por entre folhas e flores,
Aclamo ao teu raiar.

27 de Fevereiro de 2009
© Gonçalo Lobo Pinheiro

(um poema do meu filho sobre a região dos nossos antepassados)

Terrenos pisados (in)sentidamente


Soalho desencorajador
pelo suplício
suportado pelo peso,
superado
pelo regozijo
de uma saída ileso.

Terra de descontentamento
desânimo dos infelizes,
agrado dos petizes...
ainda inconsequentes
no seu pensar
e com muito
para os contentar.

Solo de virtudes
não generalizadas,
promessa de etapas
aguardadas...
ainda não conseguidas,
jamais vencidas!...

Chão pleno de rubor
e de outras esperanças,
descabidas de entusiasmo,
permitindo novas
andanças
para prosseguir
no marasmo.

Piso calcorreado
sem sentido,
múltiplas vezes pisado
em sítio que não é o mesmo...
fuga de um ser já partido,
nunca por nunca igualado
e foi explorado a esmo!...