domingo, 20 de novembro de 2011

Pétalas de felicidade

Poema premiado com uma Menção Honrosa
no XVI Concurso de Poesia da APPACDM, de Setúbal – 2011



Rasga o sol o novo dia
Na aurora que desponta
O sentido para a palavra

Aconchego eminente
Entre o elo bem humano
Que as relações entrelaçam
No afago incorporado

É o selo que é da vida
Num sorriso que empolga
O percurso de quem caminha

A atenção que se aflora
O apoio que enobrece
Por essa vida fora
Onde o abraço da amizade
Ilumina os semblantes
Das crianças prometidas

Um gesto que permanece
Em contraste radiante
Da palavra que se diz
Entre olhos bem abertos
Que inspiram sedução
E companhia até mais não

O carinho não entorpece
O sentido que é das coisas
Naquilo que elas não são

São crianças bem despertas
Pólos de tanto amor
Sorrisos inesquecíveis
Reflectores de felicidade
Que com muito mais sabor
Salpicam a Humanidade


António MR Martins

Obtive uma Menção Honrosa no XVI Concurso de Poesia da APPACDM, de Setúbal - 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Obtive uma Menção Honrosa, no Brasil

A árvore da vida




Poema premiado com uma Menção Honrosa no
3º Concurso “Poetizar o Mundo”, em português,
na modalidade Minimalista (Brasil),
organização da escritora e poeta Isabel F. Furini - 2011






A árvore é a casa
O seio de cada regresso
A fonte de inúmeras vidas
A sombra ao sol que queima
A afago do aconchego


António MR Martins

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Lançamento em simultâneo dos livros de poesia "Máscara da Luz", de António MR Martins e "Memória das Cidades", de Vítor Cintra, no dia 4 de Dezembro (domingo), pelas 16 horas, no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa


Estimados(as) amigos(as),
O lançamento do meu novo livro aproxima-se, aliás um projecto que se encontrava já encaminhado, nesse sentido, aguardando a abertura da porta que o pudesse libertar. Assim, tal vai acontecer no próximo dia 4 de Dezembro (um domingo), pelas 16 horas, no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa.
Desta feita, será uma sessão um pouco diferente, do habitual, pois serão lançados dois livros em simultâneo, o meu “Máscara da Luz”, uma obra de pendor social, abordando muitos dos assuntos que nos vão envolvendo, nos últimos tempos, mas não só, e o livro “Memória das Cidades”, de Vítor Cintra, um poeta amigo, de quem tenho a felicidade de ser também amigo, numa obra onde se apresentam histórias, mitos e lendas, que andam à volta das origens, e não só, de muitas das nossas cidades, tudo em poesia, sob a chancela Temas Originais.
Dois autores que editam o seu 5º livro pela editora Temas Originais.
A apresentação de obra e autor, relativamente a “Máscara da Luz”, estará a cargo da Drª. Catarina Boavida e no que se refere a “Memória das Cidades” serão apresentados pela escritora e poetisa Vera Sousa Silva.
Será uma sessão de plena empatia, cooperação, colaboração, sã interacção e, sobretudo, enorme amizade.
Se puder estar connosco, agradecemos.
Abraço 


SONHOS


Os sonhos
são tantas vezes segredos...

Esvoaçam breves,
como aves,
atravessando a solidão,
em proezas subtis.
São halos poéticos
que, como os raios de sol,
se dissipam em breves horas.

O que resta,
é a invernia polar !...


Lita Lisboa

Há sempre vida até à morte

Há uma esquina sentida
como talismã da sorte,
onde desfila o consenso,
outrora imagem perdida,
de quem perdeu seu norte
pelo momento suspenso.

Há um encontro passado
no tempo que é de Deus
e nesta mostra que é a vida,
um sorriso para quem é nado
no leito que vem dos seus
entre uma lágrima perdida.

Há um sentir em cada peito
no caminho da verdade
e na razão da existência,
nada se tome por defeito
onde há a sensibilidade
no amparo desta vivência.

Há uma mente abençoada
no porvir da distância
e uma face que também ri,
outra vida festejada,
uma nova fragrância
e uma criança que sorri.

Há um ser que então desperta
com as forças que possui
que é preciso alicerçar,
lhe tenhamos a porta aberta
verificando se não dilui
o amor que temos para lhe dar.

Há conceitos bem diversos,
pensamentos tão diferentes
e ideias de muito rigor,
mas anseio que estes versos
aos mentais deficientes
tragam um pouco mais de amor.


António MR Martins

sábado, 5 de novembro de 2011

A Castidade com que Abria as Coxas


A castidade com que abria as coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estrita, como se alargava.

Ah, coito, coito, morte de tão vida,
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seres

em mim ressuscitados. Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.

Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, nem destino.

Carlos Drummond de Andrade

Há moscas e moscas


Salta uma mosca perdida
na magra cara de um homem
e outra voa escondida
pelo espaço onde dormem

Poisa outra numa orelha
ele se irrita de forma tosca,
franze então a sobrancelha…
ó homem estás com a mosca?!

Responde sem ter preconceitos
e diz em sentido arrogante:
- Vai-te encher mas é de moscas!

Perante tamanhos defeitos
deixaram o local errante,
ficando vazio às moscas.


António MR Martins

imagem da net

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Taça de Chá


O luar desmaiava mais ainda uma máscara caida nas esteiras bordadas. E os bambús ao vento e os crysanthemos nos jardins e as garças no tanque, gemiam com elle a advinharem-lhe o fim. Em róda tombávam-se adormecidos os idolos coloridos e os dragões alados. E a gueisha, procelana transparente como a casca de um ovo da Ibis, enrodilhou-se num labyrinto que nem os dragões dos deuses em dias de lagrymas. E os seus olhos rasgados, perolas de Nankim a desmaiar-se em agua, confundiam-se scintillantes no luzidio das procelanas.

Elle, num gesto ultimo, fechou-lhe os labios co'as pontas dos dedos, e disse a finar-se:--Chorar não é remedio; só te peço que não me atraiçoes emquanto o meu corpo fôr quente. Deitou a cabeça nas esteiras e ficou. E Ella, num grito de garça, ergueu alto os braços a pedir o Ceu para Elle, e a saltitar foi pelos jardíns a sacudir as mãos, que todos os que passavam olharam para Ella.

Pela manhã vinham os visinhos em bicos dos pés espreitar por entre os bambús, e todos viram acocorada a gueisha abanando o morto com um leque de marfim.

A estampa do pires é igual.

Almada Negreiros

Há vida entre a árvore e o papel

No papel o seio
Da vogal
E da consoante
Que incorporam
O sentido à palavra

O ínfimo veio
Da complementaridade
E do sequente texto
Que iluminará
Cada próxima leitura

O caminho perdido
Reencontra-se
Entre a árvore de pé
E uma outra caída
À espera da transformação

O rumo esquecido
No vértice da palavra
Onde o papel ascende
Ao paralelismo
Por entre um toco de madeira

Eis a centelha
De um conhecido fado
Onde se ouve a voz
No complemento do trinado
De outro derivante da árvore

Neste olhar de esguelha
Onde a palavra se revela
Algum sentido se dá à vida
Em apelos transfigurados
Até que haja uma folha papel


António MR Martins

terça-feira, 1 de novembro de 2011

OBTIVE UM PRÉMIO NO BRASIL


Obtive uma Menção Honrosa no 3º Concurso "Poetizar o Mundo" - 2011, na modalidade Minimalista, com o poema "A Árvore da Vida". Este concurso é organizado pela escritora e poeta Isabel F. Furini.