sexta-feira, 2 de maio de 2014

A razão que ninguém tem


Imagem da net, em: www.herencia.net


Quando o pouco dinheiro não chega
Para os alimentos na simples mesa,
Nada nesse lapidado lar sossega
E no seu interior cresce tristeza.

Da pele os poros sós vão secando
E os fixos olhares ficam turvos,
Por ali os avós se vão finando
Perante o tempo dos dias curvos.

Não há luz que alumie a pobre mente
No desespero de tanta pobreza,
O futuro permanece pendente
E o amanhã é uma incerteza.

O ar torna exíguo tanto espaço
E toda a espera deixa de ter valor,
Na mesa do pão já não há pedaço
E mais que esquecido ficou o amor.

 
António MR Martins

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