A ALVORADA
Ninguém
sai de ser pedra para a indiferença.
Ninguém
se toca sem ardere todos os teus desejos se cumprem
no tumulto do meu sangue.
Sou
carne que geme na alvorada da infâmia
ao
chamamento surdo que nos violenta.Vejo a tua boca, fonte de farpas e medos
gritar rouca pelos homens do mundo
mas só eu respondo
e só eu em ti me entranho e afundo.
Corre,
amor bravio e liberta-me.
Deixa
que morra na tua seda de pele e ferrono teu mar morno, revoltado
na tua saliva ardente.
Vem, mata em mim a tua sede
e canta a minha vontade de voo.
Edgardo Xavier, in “Escrita Rouca”, página 54, edições Insubmisso Rumor,
Junho de 2016.
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