António Duarte Mil-Homens, imagem da net.
[Há caminhos que infernam]
Há caminhos que infernam
o Paraíso.
Desencontros que desgovernam
qualquer siso.
E gritos de angústia,
lembranças de raiva
e sonhos calcinados,
pensamentos trovejados,
esperanças já sem seiva,
cada frase uma saraiva.
As mãos pendentes
ou afastadas porque quentes,
os lábios resignados,
os corpos emergentes
mas separados,
em hemisférios oponentes.
António Duarte Mil-Homens, in “Universália”,
página 17, edições Temas Originais, 2019.
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