quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Descaminho

 

Imagem na net.


Folgam as costas da memória
num preso sentido das coisas
como num amanhar indecente
pelo proveito desprotegido
sem ter colheitas abonatórias.

 
Gritam frases irrelevantes
aos ventos de tanta discórdia
usurpando os mais sensíveis
na sua carência abundante,
pelas coisas insignificantes
das meras comadres em conflito.
 
Para onde querem seguir?
Depois dos tempos temerosos
duma quimera agoniante
e imensamente redutora,
que a pouco e pouco
já íamos esquecendo.
 
Depois das promessas queridas,
mesmo de pequeno teor,
tudo colide na negação
neste caminho tumultuoso,
que nos quer retirar o sonho
de fugirmos à estagnação.
 
 
António MR Martins

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