"Árvore despida", Outono da VIDA - 2025, por António MR Martins (Ansião).
Árvore de Natal de 2025
Este
ano a voz diferencia-se
na amargura dos acontecimentos
entre funiculares amarelos
e as guerras devastadoras
neste clima visionário da inércia.
Minha
árvore tem balas penduradas
na cor dourada
mas muito foscas
a roçar a tonalidade do bronze.
Este
ano a minha árvore
tem um Menino Jesus com lágrimas vertidas
e um coração de batedelas incessantes,
o boi e a vaca estão magros sobremaneira
e cheios de sede
aguardando os mantimentos que nunca mais chegam.
Nossa
Senhora e S. José abraçaram-se,
com tal força que quebraram seus braços.
Há
fome em Gaza, mas quem bombardeia diz que não
e a guerra continua na Ucrânia
e já passaram tantos meses desde o seu início.
A
neve da árvore, representada pelo algodão,
escureceu amedrontada pelo tingir destes dias
e “o algodão não engana”.
Todos
morremos, é verdade!...
Mas este mundo cada vez mais banaliza a morte,
sem sentido, sem emoção, sem preconceitos ,
sem rodeios e sem medo
simplesmente com cliques de ligeireza
num ápice.
Este
Natal vou ter uma árvore “fantasma”,
adormecida e sem esperança!...
António MR Martins
(in colectânea natalícia “Numa rua completamente às escuras movem-se estes versos”, 2025, edição Poética Edições)
na amargura dos acontecimentos
entre funiculares amarelos
e as guerras devastadoras
neste clima visionário da inércia.
na cor dourada
mas muito foscas
a roçar a tonalidade do bronze.
tem um Menino Jesus com lágrimas vertidas
e um coração de batedelas incessantes,
o boi e a vaca estão magros sobremaneira
e cheios de sede
aguardando os mantimentos que nunca mais chegam.
com tal força que quebraram seus braços.
e a guerra continua na Ucrânia
e já passaram tantos meses desde o seu início.
escureceu amedrontada pelo tingir destes dias
e “o algodão não engana”.
Mas este mundo cada vez mais banaliza a morte,
sem sentido, sem emoção, sem preconceitos ,
sem rodeios e sem medo
simplesmente com cliques de ligeireza
num ápice.
adormecida e sem esperança!...
(in colectânea natalícia “Numa rua completamente às escuras movem-se estes versos”, 2025, edição Poética Edições)

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