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fecham-se as portas
lentamente
de um dia
de um mês
de um ano
onde as paisagens
foram secas e húmidas
a destempo
fecham-se
as portas
na
dor que nos tormenta o íntimo desflorido
na inquietude dos sobressaltos
em correntes de desespero
nos episódios da vida…
daquela vida verdadeira
fecham-se
as portas
rangendonos intervalos do silêncio
ante a lágrima não escorrida
pelo peito do sofrimento
fecham-se
as portas
mas
outras se reabremdizem!…
que
as portas do amanhã
nos
proporcionemvistas verdejantes
com azuis cintilantes
e que um novo ar
mais puro
possa entrar em nossas narinas
rejuvenescendo-nos as memórias
e acicatando-nos para o futuro
a
vida é assim
plena
de altos e baixos
as
portas
essasconsoante a ferrugem das dobradiças
e dos fechos que as sustentam
vão rangendo nos seus desígnios
umas mais que outras
entreajudadas pelas janelas
que entreabertas
as vão rodeando
que
a abertura de novas portas
nos
sustentem na felicidadetanto no sentido da vida
como no silêncio da morte!...
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