Ainda te espero
Ainda te espero junto ao cais
como no tempoem que trazias o mar dentro dos olhos
nas mãos o ardor do vento nu
vinhas com o fulgor do sol e a
intrepidez das marés
a ternura das ondas no sorrisonos dedos estremecidos o segredo das conchas e dos búzios
espero-te
como naquele tempo distante da
inocênciaquando os sonhos eram pássaros de fogo
o desejo não tinha a mácula da tristeza
e eras água pura para a minha sede
há muito tempo que te espero
sei porque te esperonão sei se chegaste a partir.
Clara Maria Barata, in “No silêncio
das luzes e das sombras”, página 36, edições Temas Originais, 2014.
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