quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Montserrat Villar González


Montserrat Villar Gonzalez, imagem da net.




Por fim, a terra

O ar não consegue apagar
a pequena sombra dos homens
de tão absurdos e arrogantes que somos.

O mar, às vezes, avança
sobre toda a criatura
para demonstrar que somos
seres débeis e finitos.

A terra revolve-se
e remove as mentiras
em sinal de poder.

A lua segue fluindo sempre
num vaivém contínuo e mágico
apesar do pranto
dos que já se sabem frágeis.

Todos desapareceremos e o sol
apagará, por fim, as nossas sombras,
cobrindo de luz
os vazios mais obscuros
que povoaram este mistério.

 
Montserrat Villar González, in “Terra Habitada”, página 25, edições Palimage, Outubro 2014.  

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