Fernanda Dias, imagem da net.
[Em noites destas os poetas não dormem]
Em noites destas os poetas não dormem
escutam a chuva tamborilando nos terraços
arremessam palavras aos muros da solidão
trazidas pelo vento das idades
a noite vocifera os anais de outras eras
as árvores escrevem como cálamos embruxados
O tempo, o poeta mais arguto
também escreve com bolor nos muros velhos
nada disto precisa ser dito
qualquer fio de incenso escreve versos
o rumor da chuva canta um poema eterno
Fernanda Dias, in “O Mapa Esquivo + III - Ao canto da lua lesta”, página
91, edições Livros do Oriente, Colecção Extratextos, Abril de 2016.
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