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Envolve-nos um metro
na distância da tranquilidade,
mas nada nos protege deste dilema.
Não podemos definir estratégias
pela transpiração dos póros
neste calor que nos aperta
e abrasa todos os sentidos,
nem as mãos podemos levar aos olhos,
nem limpar os cantos da boca,
enquanto as gotas do suor
caem a espaços de loucura.
Vemos um grupo maior que o nosso duo
a cerca de cinquenta metros,
são mais de vinte humanos
desumanos.
Não há possível fuga ao desespero
porque sempre nos acompanha.
Temos as narinas expostas ao vento,
as bocas em sobressalto
e os olhos assustados pelo medo,
porque todas as máscaras derreteram,
quiçá feitas de sabão (ph neutro).
Chega-nos o aroma duma farmácia
não concebida
e o álcool em gel é a esperança
para tamanho desvario.
Mas este cheiro a farmácia
jamais será o mesmo!...
António MR Martins
Março de 2020
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