[Nas falésias do
Algarve]
Nas
falésias do Algarve respiramos – fundo
a
violência do vento são asas
e
os sonhos já não são mais uma onda
deixo-me
levar pelo oceano e por ti
sem
mapa sem bússola nem consenso nem bóia
já
não contamos as lanternas no céu –
mesmo
para as gaivotas perdidas a noite não é estranha
navegamos
com o triunfo de uma vela cheia
empurrados
para dentro da neblina da manhã
por
trás das rochas do pensamento há remoinhos
dióxido
de carbono em demasia –
os
ambientalistas vão capturar-nos (sem piedade)
por
causa deste fogo que arde como incêndio
imoderado
nos nossos corações
Katarina Lavmel, in “Anturaz / Entourage”, página 8 (tradução de
Gabriel Borowski), edições FONT, 2019.
Sem comentários:
Enviar um comentário