domingo, 9 de maio de 2021

O viver do novo acordar

Imagem na net.

 

Amanheceste comigo
no aconchego dos lençóis,
vincados por todos os movimentos
esculpidos durante a madrugada.
 
As nossas vozes caladas
permitiram olhares mais profundos
sob a escondida companhia da chuva,
que caía de forma amplamente ruidosa.
 
Passaram alguns minutos
e a bátega de água amainou,
suavemente,
e a manhã clareou, um pouco,
dando azo ao aparecimento
dos primeiros raios solares,
por entre os detalhes do horizonte
do nosso fecundo imaginário.
 
Estores subidos daquele quarto
onde as noites são longas
e, muitas vezes, mal dormidas,
surgindo os nossos primeiros olhares
para o exterior
ante mais um amanhecer.
 
Afinal
ainda há mundo lá fora!...
 
 
António MR Martins

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