Da candeia se apagam
as rédeas da visibilidade
e as gotas de petróleo secam seu desvario
numa acendalha descabida
onde outrora o azeite fazia sua escalada
as imagens ternas e aconchegantes
entre o denodo persistente do frio
e o pavio da concordância
que repele todas as máculas da tristeza breve
pousada no desvario da memória
se ungem os sentidos
através da tangente da sobrevivência
ante a espera do porvir
o calor único e a luz ténue
metamorfoseiam
a palidez incandescente
de um passado nunca esquecido
sobram tantos pedaços de história
na simplicidade do seu manusear
entre as esferas da solidão
e a negrura de tantas noites
cresce a escuridão do ocaso
na presença de tantos anseios
que aguardam ansiosamente
a claridade de um novo dia
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