segunda-feira, 27 de março de 2023

Fétida censura

 

Coloane, na sua envolvência. Foto de António Martins.


Todas as palavras ficaram retidas
no ancoradouro do cais da solidão
entre as arestas do tempo
e a ondulação precoce
onde as margens consolidadas se envolvem
no intenso descoordenar
dos artífices da memória.
 
A validade é intemporal
perante a estranheza a tanta conformação
e as multidões dispensaram todos os valores
passando à existência
de casos isolados na efemeridade.
 
Dizem uns…
“que a memória é curta”
mas mais quererá parecer
nunca a memória ter existido.
 
António MR Martins  

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