quarta-feira, 31 de agosto de 2011
No desabrigo da infelicidade
No rasgo da memória sofrida
uma ténue recordação
onde se abriga o desejo
Não se sentem os sentidos
de quem se encontra perdido
sem fuga aparente
das normas da consumação
e dos atritos sequenciais
A visão turva
encadeia cada horizonte
que a vista já atropela
Não se respiram os balidos
nos gemidos do corpo parido
que logo fica doente
perante tanta constatação
sem recurso a rituais
A bala anda à solta
no desencontro do seu destino
que mais profundo se torna
O sol jamais se alcança
nesta felicidade
por demais escorregadia
O homem
esse não dorme
mas também não sobrevive
a tanto rude golpe
que lhe penitenciam a morte
como simples tormento
António MR Martins
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário