Que importa que me prendam
E me algemem as pernas
E os braços?
Que importa que me metam em cavernas
E me tratem como farrapos
Velhos?
Mesmo assim, algemado,
Acorrentado,
Com a carne a sangrar,
O pensamento há-de ser livre
E hei-de pensar
E arquitectar
O que quiser,
Pois não há cadeia
Nem corrente
Que evite que se pense livremente.
João Valente ( Ansião, 1924-1985)
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