quinta-feira, 21 de junho de 2012

A PORTA





Ao ser fechada
a porta lançou um queixume
lancinante
como se soubesse intimamente
que nunca mais iria abrir
encerrando
atrás de si
todas as vidas prometidas
todas as cores do amanhã
todas as luzes por acender
todas as lágrimas por verter

O silêncio conquistou o espaço
outrora ocupado
pela porta aberta

Os lamentos propagam-se no vácuo
mudos
sem existência

João Carlos Esteves

Sem comentários: