terça-feira, 4 de setembro de 2012

ama-me

 
 
 

Ama-me
Traz rosas mornas em teu peito
Deixa que se moldem à minha mão
Declama o poema a que tenho direito
Provoca em meu corpo, erupção
 
Ama-me
Sem vestes, sem destino ou razão
Com o olhar, com os lábios e a pele
Porque o amor não pede explicação
Pede sim uma paixão a dois, fiel
 
Ama-me
Entre as rochas, entre as ondas e o cais
Grita comigo os búzios à praia rasgada
Desperta em nós o chilrear dos pardais
Em pétalas abertas pela madrugada
 
Ama-me
Enfeita-me com lírios puros sem pressa
Rompe o sol no pretérito mais-que-perfeito
Onde se une o puzzle numa só peça
Rumamos ao céu do nosso íntimo jeito
 
Ama-me
Pelo fogo da noite ao ventre desperta
Pelas estrelas acocoradas ao luar
No laço qu’em teu pescoço nos aperta
E em tranças ousa o coração completar
 
Ama-me
No castelo rubro da tua fantasia
Assim mesmo, despudoradamente
Onde habita só a nossa maresia
Peço-te, ama-me simplesmente!
 
 
Jessica Neves

in livro "(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração", páginas 52 e 53, Chiado Editora, 2012

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