A ETERNIDADE É ESSE TOQUE
Breve
e leve, pelo teu braço, se aflora o canto.
Pulsam
incipientes notas no velado olharOnde o subtil respirar das águas surpreende.
Percorro-te lentamente com a flor dos dedos,
Tacteando a luz que tua pele emana,
Não alcançando a mácula o seu desígnio.
Suspenso
estou, por invisível fio que me guia,
Que
me é dado sentir, respirando apenas,Como se a eternidade fosse esse toque,
Esses sublimes beijos no teu dorso.
Essa “canção desesperada” de teu ventre
Que no meu em se espalhando, ama.
[ó
dulcíssima pele de aveludados medos,
não
temais a loucura de meus dedos,que se me apodera de teus ais.]
Joaquim Monteiro, in “À Janela do teu Corpo”, página 38, edições
Modocromia, Outubro, 2014.
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