quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O agreste caminhar do futuro


Imagem da net, em: www.bocaberta.org



Por entre as pétalas delicadas
Do teu sorriso
Há um apelo ingénuo
À descoberta generalizada
Ante a ampla pureza
Da ternura no teu olhar
Onde a maciez da contemplação
Desponta a relevância de um ventre
Que te trouxe a este palco da vida

Desse radioso sorriso
Se solta a frescura de todas as manhãs
E o constante nascer de um sol
Que nos envolve de alegria
E de esperança… sem limites

Tuas mãos geram gestos esvoaçantes
Inquietando-se perante o germinante saltitar
Que em ti predomina
Neste universo
Rastreado pela incongruência
Daqueles que já foram como tu
Mas desvirtuam a tua existência
E o sentido das coisas
Para tantos dos teus contemporâneos

Ainda há borboletas
Que voam de flor em flor
Mas escasseia esse profuso colorido
Cada vez mais
 
Tal como o teu deslumbrante sorriso
Se altera a cada passar de um tempo
Em que a esperança se desvanece
Sem preconceitos
Sem pressupostos
Sem pejo
Tristemente
E sem demoras
Irremediavelmente

 
António MR Martins

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