30.
Parto
para lugares
onde
nada mudou.Vou na correnteza das palavras,
na transparência dos olhos de água,
no músculo do braço a soçobrar,
no escuro do segredo,
no fervilhar da lama,
na constância do medo,
na antevisão da memória,
na exaltação da tarde nas ruas apinhadas.
Dentro da manhã levo o lume e a cinza
de que a viagem se alimenta.
Retorno à fonte, à barca, à ignorância,
ao lugar sempre o mesmo.
Ao poço,
ao anjo,
à rosa branca.
Licínia Quitério, in “Os Sítios”, página 44, edição de autor, Novembro de
2012.
1 comentário:
uma enorme poetisa.
e boa Amiga.
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