segunda-feira, 22 de junho de 2015

Edite Pinheiro




VOA

Não te aquietes nesse teu viver,
encontra-te no teu profundo ser.
Os bagos que te saciaram
ao esquecimento de ti arrastaram.

Tu, és a arte que nas veias loa,
és música que no tempo soa.
Tu, és a rainha das aves, voa!

Cumpre a tua fiel natureza,
assume a tua precisa grandeza.
Liberta-te nesse imenso mar,
adeja e vive o teu sonho ao luar.

Sai do permissivo labirinto de véus
- voa! Eleva-te no azul dos céus.

 
Edite Pinheiro, in “do ousar ao caos do medo”, página 242, edição de autor, 2014. 

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