sexta-feira, 10 de julho de 2015

Por entre raízes e frutos ou princípio(s) e afins


Imagem da net, em: www.infoescola.com



Ai este medo inventado de mim
que saqueia dias à vida
e fornece anos à morte,
inadvertidamente.

Ai esta força esmifrada assim
que é também matriz de um povo…
desde o seu princípio ao seu fim,
paulatinamente.

Ai este descompensado esforço
entre os meandros de tanta vida…
desde o nascer até ao morrer,
ingloriamente.

Ai que sinfonia tamanha e dorida
raiz de um qualquer fundamento…
hino doutra linhagem perdida
e fruto de tanto alimento!...

Ai grito potente, em alta voz,
de tantas regiões esquecidas,
onde nasceram nossos avós,
que tanto deram e tanto acrescentaram
para um sentido forte, nacional,
de um território que é Portugal.

Forjar invenções relevantes
desde as histórias dos navegantes
e outros cavaleiros andantes…
são enredos de agora e dantes.
 
Retalhos, imensos, da grandeza de um povo…

“…e um Sampaio, ferreiro de Montemor-o-Velho
forjou as âncoras…” *

 
António MR Martins

*
in MOURÃO, Gerardo Mello – Invenção do Mar, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1998, p. 38.

Sem comentários: