sábado, 25 de julho de 2015

Lita Lisboa





TELA VIVA

Não amordaço as mãos,
deixo que falem,
quando na tela branca
elas deslizam.
Solta-se a cor e o pincel,
é a força das artérias
que matizam.

Em murmúrios
apagam-se os abismos
arde o fogo
em alquimia azul,
na tela alva.
As imagens, da sombra são despidas.
Visto-as com auréolas de liberdade.

E de repente
contemplo o nascimento…
E é luz, é luar
é dia que amanhece
é jarra florida
é mar que encapela
é colina que floresce.
E do nada, fez-se sonho
e o sonho criou vida.

Missão cumprida!

Lita Lisboa, in “Crepúsculo”, página 34, edições Temas Originais, 2012.

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