sexta-feira, 10 de julho de 2015

Vítor Cintra





OBSESSÃO

Pedisse o mundo inteiro eu lho daria,
Por muito que isso fosse inconsistente;
Em nós era tão grande a empatia
Que nem o pensar era diferente.

Vivendo em dependência doentia,
Aquela paixão louca, permanente,
Sem ver, à nossa volta, se existia
Qualquer razão de vida mais premente…

Servido, num delírio, cada dia,
O mundo do futuro era o presente,
Sem ver, no amanhã, mais garantia
Que a chama intensa desse amor ardente.

Até se consumar, nos consumia
O corpo e alma, a vida e a própria mente.

Vítor Cintra, in “Ao Acaso”, página 33, edições Lua de Marfim, Março de 2015.

Boas e rápidas melhoras, amigo Vítor!... Forte abraço!

Sem comentários: