terça-feira, 29 de setembro de 2015

Fátima Guimarães








Não, não quero ser musa, nem ninfa, nem sereia.
Não quero ser palavra calada
nem sonho à margem do desejo.

Quero ser em ti mulher inteira,
aquecer a alvura fria dos lençóis.
Quero ser em ti o sol
duma amena tarde de outono.

Quero-te antes que os sonhos morram,
antes que hibernem em si mesmos.
Quero-te, agora, ao entardecer,
na urgência de quem teme não amanhecer.

Fátima Guimarães, in “a voz do nó”, página 58, edição de autor, Novembro de 2014. 

1 comentário:

marcia disse...

Encantada com a poetisa e sua poesia ...