domingo, 21 de fevereiro de 2016

Roberto Durão





À LIBERDADE

Eu gosto de nadar nas águas, livremente,
Prazer que tu também, por certo, já tiveste.
Gosto de dar-me ao sol, embora ele me creste,
Gosto de o ver também escoar-se no poente.

Mas nem por isso odeio a chuva impertinente,
A neve sem ter lar, a ventania agreste;
Tanto me faz sentir que a Primavera veste
Como o Outono despe a Natureza ardente.

Quero ser livre, enfim, como a luz que me guia,
Ver com o mesmo olhar a noite como o dia,
Sem precisar de alguém que me conduza e exorte.

Quero ser livre assim, como a minha poesia
Que ama de igual maneira o sol e a ventania
E seu beijo final reserva para a morte!

 
Roberto Durão, in “Trovas do meu Pensar e do meu Sentir”, página 97, edições Editorial Minerva, Novembro de 2000.

Sem comentários: