Por que sou triste?
Saber,
quero saber, por que sou triste.
Querer,
por mais querer, o riso ensejo.
Chorar?
Não mais chorar é meu desejo.
Saber
por que razão meu choro insiste?
No
meio deste silêncio, e que persiste,
Razão
tem a razão em que me revejo.
Chorar
será o clamor do meu arpejo.
Saber,
quero saber em que consiste.
Perguntei
ao meu rio Tejo, a soluçar,
Que
me desse a razão deste meu estar:
Saber,
quero saber que fiz de errado?
Sorrindo
para mim para que o visse,
Cuidai
desse teu riso, e mais me disse:
-
Chorar, e mais chorar, será teu fado…
Meco,
Praia das Biscas, 2013-12-12
Rogério Martins Simões (Romasi), in “Golpe de Asa no Sequeiro”, página 40, edições Chiado
Editora, Maio, 2014.